Da Fronteira Sul…

Olá, a todos!

A partir deste ano de 2019, estreámos uma nova seção: “…Da Fronteira Sul”. Pretende ser uma janela para partilhar, informar e denunciar, tendo em conta a realidade da imigração.

De acordo com as últimas análises da realidade social, a desigualdade no mundo atingiu cotas sem precedentes, e a pobreza e a exclusão social, com a injustiça que isso provoca, aumentaram de forma alarmante na Europa, nos últimos anos [1].

O papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, alerta para o que está a acontecer na sociedade atual: (…) Grandes massas da população veem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem horizontes, sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo, que se usa e deita fora. Deu-se início a uma cultura de ‘descarte’ que, ainda por cima, é promovida. (…) Os excluídos não são ‘explorados’, mas desfeitos e considerados peças que sobram (EG 53). 

Nós constituímos uma só família humana. Mas, enquanto muitos malgastam tudo no consumo, há milhares de milhões de pessoas que são excluídas e cujos interesses parecem não contar para nada (MS 6).

O grito dos pobres e dos necessitados ouve-se de formas muito diversas, no nosso mundo. Interpelam-nos as situações de desigualdade e de injustiça, que abrem um fosso cada vez maior entre ricos e pobres; provocam um número crescente de excluídos e de descartados (imigrantes, deslocados, refugiados, pessoas sem teto, populações em fuga, mulheres desprezadas, crianças, anciãos e doentes abandonados…) e múltiplas manifestações de violência (por vezes, levadas a efeito em nome de credos e religiões). Milhões de inocentes sofrem sem motivo algum (MS 9). No parecer dos bispos europeus: “A situação é dramática e, para muitas pessoas, é mesmo trágica”[2]

Neste momento, muitas pessoas associam mais o Continente europeu aos problemas do que às oportunidades. As dificuldades sobressaem mais do que os êxitos e as situações que levam ao otimismo. Ao sofrimento e à injustiça, em que vivem milhões de pessoas no mundo inteiro, somam-se, nos últimos anos, os problemas de muitos europeus – nascidos neste continente ou provenientes de outros lugares – que são afetados pela pobreza, pelo desemprego, pela precariedade, pela discriminação e pela falta de ilusões e de sentido da vida. A brecha entre ricos e pobres aumentou também no nosso continente; e há cada dia mais jovens que auspiciam um futuro complicado e idosos isolados ou em situações de total abandono. [3]

Neste contexto, verificamos também a resposta generosa e solidária de muitas pessoas e de organizações, que trabalham em prol das pessoas excluídas ou em situação de pobreza, procurando devolver-lhes a sua dignidade humana e trabalhando para que vejam respeitados os seus direitos; surgem novos gestos de solidariedade, de civismo e de compromisso, e muitas pessoas (cristãs e não cristãs) contribuem para o bem comum, no dia a dia. [4]

A partir de Málaga, e como nova Província Claretiana de Fátima, estamos a iniciar uma nova caminhada que, embora incipiente, está recheada de ilusões ede sonhos. Iniciámos uma nova experiência na Fronteira Sul, trabalhando em rede, com esta diocese malaguenha e com outras organizações e ONG´s, no mundo da imigração. Contamos com o vosso apoio e com a vossa oração.


[2] Missionários Claretianos – ECLA: Visão do futuro da Congregação na Europa, 2015

[3] Encontro Missionário Claretiano Europeu. Conclusões. 2013

[4] Ibíd.

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