Brás: cuide da voz

SÃO BRÁS, 3 de fevereiro.

Uma espinha de peixe transformou São Brás num extraordinário ‘gerador de audiências’, ao longo dos séculos, entre comunidade cristã católica.
Sucedeu o caso de uma espinha de peixe ter ficado encravada na garganta de uma criança, a ponto de ela estar prestes a engasgar-se e a asfixiar; o que levou a mãe, aflita, a recorrer ao santo, e este, depois de impor as mãos sobre a cabeça do menino e de fazer uma fervente oração, fê-lo recuperara a saúde.
Não há unanimidade, quanto a saber-se, de fonte limpa, se se trata de um facto histórico, ou de uma piedosa lenda. O que se não pode negar, e isso é histórico, foi a enorme popularidade que São Brás alcançou a partir daí, como padroeiro e protetor dos males da garganta. A Europa católica e toda a América hispânica passaram a recorrer a São Brás, nas afeções de garganta. Mais: durante séculos, o “cordão de São Brás” passou a ser benzido nas igrejas, e os devotos levaram-no atado ao pescoço, até ele se desfazer com o uso.
São Brás foi um bispo, que viveu no século terceiro e presidiu à sede de Sebaste, na atual Turquia. O que parece inconcebível é o facto de, tendo vivido e morrido tão longe, a sua fama ter atingido e se ter espalhado por toda a Europa e América. Foi bispo e alcançou o martírio, na perseguição movida pelo Imperador Licínio contra os cristãos.
A tradição histórica refere que, quando o conduziam para ser martirizado, após ser descoberto numa gruta, onde se escondera e os animais o alimentavam, uma mãe, com o seu filho prestes a asfixiar-se, irrompeu por entre a multidão, lançou-se a seus pés e suplicou-lhe a saúde da criança. Apesar da cura súbita e miraculosa, e da admiração dos circunstantes, o processo do martírio continuou e São Brás foi decapitado.
Devemos continuar a pedir ao Santo que nos cure dos males da garganta – para os há hoje uma variada gama de maravilhosas pastilhas e eficientes vaporizadores nas farmácias -, mas, sobretudo, que afine as nossas cordas vocais, a fim de que a nossa linguagem seja sempre verdadeira e sincera, amável e caridosa.
E, tu, tudo o que dizes considera-lo apropriado e ‘são’?

Carlos Díaz Muñiz, CMF

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