BARRIO TRISTE

Se han cerrado las bocas de las ranas

en esta pausa del tiempo lluviosamente estéril…

 

y el barrio me derrumba entre los cables

sujetos sobre los postas que ocupan

la tecnología residual y sin efecto.

 

Se destituye

el colorido de los turpiales

entre los ojos pobres de tanta gente

que ha dejado su carne

colgada en el clavo de la esperanza.

 

y una frontera cierra sus líneas

sobre la imagen de un reino

de abandonadas palabras.

 

¿A dónde vas lluvia triste,

cartón, basura, barquito,

tapices y cloacas?

 

¿A dónde vas zapato roto,

niño, ronda, rana,

gato fugitivo,

cartel electoral?

 

A la poesía de mi pueblo

que tiene sobre su cielo

un aguacero de amargas lágrimas.

 

Ramón Uzcátegui Méndez, sc

(FOTO: Amanda Hortiz)

 

BAIRRO TRISTE (PT)

 

Fecharam-se as bocas dos sapos

nesta pausa de tempo chuvosamente estéril…

 

e o bairro ergue-se entre os cabos

fixados nos postes que ocupam

a tecnologia residual e ineficaz.

 

O colorido dos turpiais

perde o valor

entre os pobres olhos de tanta gente

que deixou a sua carne

pendurada no prego da esperança.

 

e uma fronteira fecha as suas linhas

sob a imagem de um reino

de palavras abandonadas.

 

Para onde vais chuva triste,

para onde vais cartão, lixo, barquito,

tapeçarias e esgotos?

 

Para onde vais sapato roto,

para onde vais criança, sapo,

gato fugitivo e

cartaz eleitoral?

 

À poesia do meu povo

que tem sobre o seu céu

um aguaceiro de lágrimas amargas.

 

Ramón Uzcátegui Méndez, sc

(FOTO: Amanda Hortiz)

 

Start typing and press Enter to search