O Superior Geral dos Missionários Claretianos, Pe. Mathew Vattamattam, enviou uma mensagem à congregação por ocasião da solenidade do Imaculado Coração de Maria, celebrada a 28 de junho:
Caríssimos irmãos,
Enquanto peregrinos da esperança que caminham juntos em meio ao progresso, às novidades, às mudanças, aos conflitos, às guerras e à destruição, encontramos força no coração de Maria, de onde brotou o seu ‘Magnificat’ — um cântico nascido da sua vida interior, profundamente enraizada nas promessas de Deus e aberta ao seu Espírito.
Nesta festa da nossa identidade, convido-vos a contemplar o seu Coração — esse interior onde o amor de Deus se fez carne. De Maria aprendemos a viver e a amar desde as profundezas, a encontrar coragem na incerteza, a alegrarmo-nos na pequenez. O nosso Fundador sintonizava-se intensamente com este mistério, que o moldou como missionário. Como filhos do seu Coração, busquemos que a nossa vida interior esteja centrada em Cristo, viva e aberta ao Espírito, transbordando em amor.
O coração contemplativo de Maria fez experiência de que, quando Deus reina, os soberbos perdem os seus tronos e os que parecem insignificantes são exaltados. Que também aprendamos a olhar o mundo com o olhar de Deus — que exalta os humildes e enche de bens os famintos — e não com os olhos do poder, da posse de honras ou de bens materiais.
Maria ensina-nos que o nosso verdadeiro valor não é aquele conferido pelos critérios humanos, mas o que se revela quando somos vistos por Deus. Quando Ele olhou para a pequenez da sua serva, tudo mudou — inclusive a vida dela.
Nós também somos chamados a viver fielmente a nossa vocação claretiana, em comunhão com a grande cadeia de testemunhas santas que viveram na Igreja e na Congregação ao longo da história. Num mundo dominado por quem manuseia armas poderosas e controla recursos vitais, pode ser difícil manter viva a esperança. Contudo, é precisamente neste mundo ferido que somos chamados a ser sinais de esperança — através da nossa vida fraterna, da proximidade aos pobres e do nosso compromisso firme com a paz, a justiça e o cuidado da casa comum.
O Magnificat convida-nos a uma conversão profunda: dos nossos egos ao serviço humilde; da preocupação por direitos à dádiva gratuita; da autossuficiência à entrega confiada; e da busca do próprio bem à solidariedade genuína.
Que esta solenidade renove em nós o desejo de ser verdadeiros peregrinos da esperança, em qualquer lugar e situação a que sejamos enviados.
Imaculado Coração de Maria, conduz-nos à salvação.
Pe. Mathew Vattamattam, CMF
Superior Geral
26 de junho de 2025
