O Superior Geral dos Missionários Claretianos, P. Mathew Vattamattam CMF, dirigiu-se à Congregação para lhe desejar um Feliz Natal.
Caros Irmãos:
Desejo-vos um Feliz Natal!
A celebração do nascimento de Jesus no Natal deste ano tem um significado especial para a nossa família carismática, neste 175º aniversário do nascimento da nossa Congregação. Convido-vos a contemplar a origem da Congregação à luz da lógica divina da encarnação. É evidente que o facto de Deus se tornar um ser humano limitado e vulnerável ultrapassa qualquer lógica humana. Mas, raciocinando a um nível mais profundo, faz sentido que Deus escolha o caminho da presença pessoal e da relação para nos introduzir na dinâmica do amor divino. Em Jesus, podemos ser verdadeiramente o que somos em Deus, nascidos do amor e nascidos para amar como Deus nos ama. O Natal recorda-nos que Deus, em Cristo, assumiu a nossa condição humana para que a nossa humanidade possa brotar de uma forma preciosa em Deus que é amor.
A nossa Congregação nasceu na Igreja como uma comunidade de discípulos para manter viva esta mensagem no mundo. Embora sejamos seres humanos limitados, vulneráveis e frágeis, partilhamos a natureza divina de Cristo e tornamo-nos uma nova criação porque “o amor a Deus e aos irmãos foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo e edifica a nossa comunhão” (CC 10). A nossa missão brota da nossa vida em Cristo. De facto, a nossa vocação missionária é uma mini-encarnação ao contrário. Por isso, não precisamos de ser sobre-humanos e de fazer grandes proezas para ganhar o mundo para Cristo. Maria, José e os pastores do primeiro Natal eram tão humanos como qualquer um de nós. A presença de Jesus nas suas vidas transformou-os.
O mundo continua vulnerável e frágil, mas um mundo novo é possível quando trazemos dentro de nós o verdadeiro tesouro, o Senhor do amor e da vida que habita em nós. O nosso mundo continua a funcionar com a lógica da guerra, desperdiçando os recursos que Deus nos deu para nos matarmos e destruirmos uns aos outros, deixando milhares de feridos e sem abrigo. Na escuridão do desespero dos corações humanos, os anjos continuam a cantar as canções que anunciam o nascimento de uma nova humanidade de boa vontade que glorifica Deus e constrói a paz na terra. Escutemos esse cântico no silêncio do nosso interior e façamos dos nossos corações e das nossas comunidades um presépio acolhedor para que o amor de Deus se faça carne na nossa carne.
O Natal recorda-nos também uma alegada experiência mística do nosso Fundador, numa noite de Natal, quando teve uma visão da Virgem Maria que lhe entregou o Menino Jesus. Para um missionário, o Natal é um tempo especial para renovar a sua comunhão com Deus e a sua fidelidade à missão.
No XXVI Capítulo Geral olhámos para o Coração da nossa Mãe dizendo: “Sonhamos com Claret uma Congregação que, a exemplo de Maria, guarda no seu coração, cumpre e anuncia a Palavra de Deus” (QC 51). Dela aprendemos o Natal para o tornar realidade no nosso tempo.
Que a alegria e a paz do Natal permaneçam em todos vós no novo ano de 2024.
Mathew Vattamattam, CMF
Superior Geral
25 de dezembro de 2023
