Mateus 13, 24-43:
Domingo, 23 de julho de 2023 (16º T O A)
“Jesus disse às multidões mais esta parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora”. “O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de mostarda… sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as plantas da horta…”.
Se olharmos para os primórdios da Igreja nos nossos dias, não é estranho o que vemos, mas nos primeiros anos do cristianismo não se podia imaginar o que seria no século XXI. O que começou com um pequeno grupo de pescadores galileus, hoje milhares de milhões vivem essa mesma ilusão: o reino de Deus. O grão de mostarda tornou-se uma árvore, e o pequeno fermento fez levedar toda a massa. É a grande força interior do Reino, que foi crescendo sem violência, sem espetacularidade, mas com firmeza.
Mas ao lado dessas primeiras sementes que Jesus plantou, também cresceram outras “plantadas pelo inimigo”. E agora vemos que somos trigo e joio. Que entre nós há bons e maus. E há circunstâncias em que nos perguntamos porque é que Deus não atua. Quando crianças são mortas no bombardeamento de uma praia ou quando um avião cheio de inocentes é abatido, pensamos que Deus não o deveria permitir. Podemos até pensar que é injusto.
Mas não é assim que Deus age. Deus é paciente e acredita no homem. Dá-lhe sempre um voto de confiança, uma segunda oportunidade. Como fez com o filho pródigo, espera sempre que ele regresse. Não podemos perder de vista o facto de que no coração de cada um de nós há também joio. Que não somos perfeitos nem imaculados. E Deus é paciente connosco. Não nos cabe a nós julgar ou condenar, por mais óbvias que sejam as evidências. Cabe-nos a nós esforçarmo-nos por ser fermento, sal e luz no nosso próprio ambiente. Com o testemunho da nossa vida. E com a mesma paciência que Deus tem.
Juan Ramón Gómez Pascual, cmf
Julgas ou atuas como fermento, sal e luz?
