20 de Outubro de 2019. 29º Domingo do Tempo Comum. Ciclo C.
Mais uma vez Jesus lança mão de uma parábola, para nos comunicar os seus ensinamentos. O evangelista refere-nos que Ela a contou “para explicar aos seus discípulos como deveriam orar sempre e sem desanimar”. É a parábola da viúva indefesa, que reclama justiça a um juiz sem escrúpulos, em que ela luta até obter o que pretende.
Costumamos interpretar esta parábola como um convite à perseverança na oração. Mas podemos lê-la por outro ângulo de visão, tendo em conta as palavras que levam à prática e que Jesus sublinha, a saber, ‘fazer justiça’. A viúva desta história é um modelo de quem persiste até alcançar justiça. Apesar de se saber num estrato inferior ao do juiz, não desanima no propósito de ver reparada a afronta que recebera de alguém. A fé desta mulher, a sua confiança em Deus, incita-a a não se render perante a injustiça e a continuar a lutar. Por isso, Jesus afirmará: “Quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?”.
São inúmeras as situações em que, na nossa sociedade e na nossa vida, observamos que os que menos possibilidades possuem são precisamente os que mais opressão sofrem. Há cristãos que preferem viver uma espiritualidade sem compromisso e vegetar numa sociedade do bem-estar. Um bem-estar, usufruído apenas por uns quantos. Quando o Filho do homem regressar, verá que os cristãos, seus seguidores, estão a lutar por tornar presente na sua vida o Reino do amor, da justiça e da paz?
Juan Ramón Gómez Pascual, cmf
